Bem-vindo!

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sábado, 15 de setembro de 2012




Tenho recebido aqui neste blog, meus convidados; pessoas lindas, intensas e com uma sintonia com o mundo e com a vida que é importante compartilhar.
Hoje meu convidado é o poeta  HELOI LIMA, meu colega do Recanto das Letras ( www.recantodasletras.com.br),  fantástico ao escrever e expressar sua emoção. Aplausos prá ti, meu amigo poeta!


VÁCUO


Hoje meus braços
Não mais abraçam
Não estou em guerra
Mas não tenho paz.
        O coração sangra
        Mais já não manda.
        Pensa estar certo
        Mas ainda se engana.
As efêmeras lembranças
São meus pontos de encontro
Mas pensando bem...
Em tudo há um porém.
         Estou fazendo um esforço
         Para enxergar alguém dentro de mim
         Que me desassocie do fracasso
         E que me afaste deste afim.
Não..,
Você não deveria
Poderia ter levado tudo
Menos minha alegria.
                             ( Heloi Lima)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012




Tu, sempre tu

Conheço teus detalhes
O franzir do cenho
A barba macia
Fecho os olhos e te desenho.

Conheço tuas certezas
O tom duro da voz
O comando do olhar
Fecho os olhos e te vejo veloz.

Sei dos teus caminhos
Reproduzo teu itinerário
Tua lógica e calçadas
Sei bem do teu horário.

Conheço muito bem o poder das tuas mãos
Que se abrem e fecham
Ao teu prazer
Sinto-as quando me circundam.

Teus olhos verdes
Duros
Frios
Inflexíveis.





quinta-feira, 22 de março de 2012

Você já se apaixonou hoje?

Você já se apaixonou hoje?


A paixão faz bem à saúde.
A mídia nos entope todos os dias com anúncios, descobertas  e propagandas que nos faz supor saúde e beleza; creme anti-rugas, bundas de enchimentos, peitos de silicone, banhos de parafina, caminhadas, corridas, meditação, mandalas, academias, tomar 2 litros de água por dia, limpeza de pele, verduras, frutas, sucos, cabelos mechados, escovados, pranchados, esticados, carne magra, cereais,  1 copo de vinho.., ufa! Fiquei cansada só em lembrar.
Bem, então eu te digo: apaixone-se! É  isso aí! Paixão faz bem para a saúde e não sai caro.
Psiquiatras do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo, dizem que esse sentimento melhora o humor, estimula a circulação, hidrata a pele e combate vírus e bactérias. Para os estudiosos a definição de paixão é a explosão de substâncias, uma espécie de curto-circuito, com descargas para todo o corpo.
Os sinais mais evidentes nos apaixonados são: aumento da pressão arterial, freqüência respiratória, batimentos cardíacos, dilatação da pupila, tremores, rubor. Além de falta de apetite, concentração, memória e sono.
Céus!
Na primeira fase da atração, o amor tem um poder viciante.Uma das substâncias responsáveis pelas descargas de emoções para o coração e as artérias é a dopamina, o neuro-transmissor da alegria e da felicidade. A diminuição da dopamina é o fim do amor? Não. Se a paixão persiste, após 3 anos, então entram em ação a oxitocina e a vasopressina, responsáveis pela formação dos laços afetivos mais duradouros e intensos, como os da mãe com o filho. Eles preparam o terreno para um relacionamento estável.
Incrível!
Diante dessa avalanche de emoções, amar faz muito bem ao organismo. Suspiros, suores, olhares perdidos. Ficamos agitados, corajosos, dispostos a realizar novas tarefas, apesar de dormir mal e comer mal. O mecanismo cerebral é idêntico ao de  se viciar em cocaína, algumas pessoas necessitam da liberação freqüente de dopamina. Por causa da liberação de adrenalina o coração bate mais forte é o mesmo tipo de reação que acontece quando alguém está em perigo.
Por isso se diz comumente que a paixão nos cega, nos deixa “ enlouquecidos”, capazes de qualquer coisa e às vezes, até nos emburrece.  Por esse motivo, ela não dura mais de 3 anos, pois se assim fosse, certamente iria nos deixar loucos, literalmente  fora de si. Com o tempo a paixão tem que se transformar em amor.
Mas lembre-se: ninguém completa ninguém. Somos únicos e temos que nos completar sozinhos. Não somos complementares. E mais uma coisa, não se lastime se porventura a tua paixão te faz sofrer, na verdade, a gente não ama quem quer amar.   Não escolhe.  É o coração que se encanta.
Chega de comprar cremes, vamos apaixonar!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Se eu fosse você, pintava!

Se eu fosse você, pintava.
Noutro dia estava no salão e ouvia as conversas das muitas mulheres ali presentes; umas
Sempre chega um momento da vida em que ao entrar num estabelecimento comercial, as pessoas te chamam de senhora. Senhora, eu? Confesso que quando isso começou a acontecer comigo, fiquei um tanto quanto decepcionada. É muito esquisito! 
pintavam as unhas e as decoravam com flores, borboletas e outras coisinhas pequenas. Esquisito. Talvez a esquisita seja eu, pensei. Outras com papéis metalizados na cabeça, pareciam visitantes de outros planetas. Uma pinça enorme avançava nas sobrancelhas de uma terceira e a cera, ah, a cera, com um ar lúgubre arrancava pelos de buços, cavanhaques, sobrancelhas e bigodes.  Confesso que quando estou num ambiente repleto de pessoas tão díspares, me sinto inquieta e prefiro escutar. O burburinho aumentava e o som frenético dos secadores de cabelos desafiava a compreensão humana. Mas ouvi perfeitamente quando duas falavam em cabelos brancos. “Cabelos brancos em mulheres é relaxamento, em homens é glamour”! (?) É, concordo que homens grisalhos ficam charmosos e aí parei para pensar nos cabelos grisalhos de uma mulher. Dizem que as mulheres não ficam velhas, ficam loiras.
O certo é que a cada vinte dias, a maioria das mulheres corre ao salão e passa horas cobrindo os incontroláveis fios brancos que parecem se multiplicar a cada mês. Lembrei de algumas mulheres que resolveram assumir seus fios brancos e aí me dei conta que todas as que lembrei eram mulheres poderosas e elegantes: a ministra Christine Lagarde, Kathleen Sebelius, a atriz Cássia Kiss, Glória Menezes, a escritora Anne Kreamer. Mas afinal? Por que as mulheres pintam os cabelos? Cabelo branco pode ser chique, autêntico, mas na maior parte do planeta continua proibido. Ou melhor, como as duas que conversavam ao meu lado diziam: deixa um ar de relaxamento, desleixo, preguiça, velhice. Será que isso é apenas cultural? Será que só mulheres poderosas se sentem libertas para assumir sua brancura?
Talvez a única pessoa a quem enganamos quando pintamos os cabelos seja a nós mesmas.  Talvez a pintura que nós achamos que nos rejuvenesce, o faça em apenas 1 ou 2 anos. Como será que ficariam em mim os meus cabelos brancos? Quantos eles seriam? Será que já são muitos? Confesso que pinto tanto que nunca mais me vi ao natural e nem sei o tanto que eles avançaram,  risos. E assim de pintura em pintura, vamos mudando os tons e passamos por quase todas as cores do arco íris! Do loiro à berinjela.  Já vemos cabelos totalmente vermelhos! Não são avermelhados, são cores vermelhas púrpuras!
Resolvi meter a minha colher naquele papinho e arrisquei umas opiniões e sugestões, cheguei ao cúmulo de afirmar: acho que vou assumir meus fios brancos! Afinal, com um bom corte, cabelos bem tratados, o branco deve ficar bonito. Senhora, sim! Com muito orgulho. Uma delas, então se virou e disse: se eu fosse você, pintava!



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A paixao

A paixão


Temos errado muito na questão do amor.
E este tem sido o causador de nossas dependências em relação aos outros, coisa que com facilidade nos afasta da rota da liberdade.
Não crescemos em relação a essa emoção. Continuamos a vivenciar a relação íntima entre um homem e uma mulher como se fossem duas crianças pequenas tentando descobrir no outro as figuras da mãe ou do pai.  Aceitamos com naturalidade toda possessividade , o ciúme e o desejo de exclusividade que esta emoção infantil traz consigo. Chegamos mesmo ao absurdo de “medir” a intensidade do ciúme; e, visto por este ângulo, quanto maior for o a quantidade de ciúme, maior será o amor, sendo “lógico”, pois que o ciúme passa a ser uma coisa desejada - e até mesmo provocada (!!!!).
A paixão :  amor de grande intensidade quase sempre dependente da existência de grandes afinidades, faz com que exista uma destruição - ainda que provisória - da individualidade.  Nestas condições, a regressão e a dependência são totais e absolutas. As pessoas envolvidas parecem dois bebês, perdem totalmente o interesse por qualquer coisa que não seja a ligação amorosa, a ponto de viverem este estado emocional de uma forma obsessiva: só fala nesse assunto, só louva o amado, só querem reasseguramentos de que estão sendo amados do mesmo modo, e assim por diante.
         Um estado emocional que nos leva a querer abandonar tudo o que gostamos de fazer para vivermos apenas o outro, em algum local desabitado, não pode ser a mais bela manifestação da vida!
  Eles também amam.
A grande diferença entre homens e mulheres apaixonados é que o homem disfarça seu sentimentalismo com um verniz de descaso machista. Basta olhar os mocinhos dos filmes de ação. Por trás daquele monte de socos e tiros, eles sempre tiram um porta-retrato de um grande amor do fundo da gaveta!!! 
  Um homem flechado pelo cupido me disse : “Eu disfarçava, mas tinha todos os sintomas de um apaixonado. Minha boca ficou seca, não conseguia comer, o tempo parou....”.
          A verdade é que quando os homens amam, ficam castrados. Perdem a virilidade. As chamadas características masculinas - o interesse pelo futebol, boxe e promiscuidades, por exemplo - desaparecem completamente. Subitamente, ficam obcecados por flores, poesia e higiene pessoal - qualidades que são francamente alienígenas para eles!


         O amor é uma coisa esplendorosa. E também dolorosa, terrível, hipnótica, desesperada e incendiária. É coisa de macho. Porque quando um homem se apaixona é com tanta intensidade quanto às mulheres.   Se não for mais.




Chapéus!

Chapéus

Estou descendo a Rua Júlio de Castilhos e desde as 5 Esquinas já contei 4 mulheres usando chapéus. Mulheres de estilo, inserção social e vidas diferentes, mas todas de chapéus. Palha, crochê, feltros, beges, brancos, abas largas, abas curtas, com laços ou não.
Eu adoro chapéus.
Quando era adolescente já usava boinas, chapéus e bandanas. Bonés, não. Bonés são feios, não tem “ feeling” , carisma e estilo. Mulheres de bonés parecem meninos travessos.  Se são jovens, ainda passa. Se são maduras.., esquisito.  Mas mulher de chapéu é  “mara”!
Às vezes penso que gostaria de ter nascido em outra época. Dos chapéus. Dos galanteios românticos, das sinhazinhas, das músicas eloqüentes dos amantes, daqueles que faziam greves de fome por um amor não correspondido. O frêmito dos corações quando ele nos convidava a dançar, o “elevador” que subia e descia doidamente no estômago quando mãos se tocavam,  espíritos e almas entravam em frenesi.
Hoje a música é do rock das cachorras (?). Eles se requebram e se desengonçam feito piorras em desabalados rodopios. Bem, se as músicas não são as mesmas, pelo menos os chapéus estão de volta.
Depois da década de 30 os chapéus passaram a ser encarados como um acessório de vestimenta e proteção. Nos países tropicais, o uso do chapéu tem função protetora contra o sol e contra intempéries. Nos países de climas frios, o chapéu tem uso mais freqüente, sobretudo como proteção ao vento e temperaturas baixas.
O chapéu é também um acessório importante de vestimenta para caracterizar personalidade de uma determinada pessoa através de suas diferentes formas, materiais e cores.
Pois é, eu também tenho um chapéu(um não, tenho vários). Mas o que mais me chama a atenção é que cada vez que saio à rua com o dito cujo, as pessoas ficam olhando. Será que nunca viram um chapéu? Sinceramente não faço idéia. Mas não acho muito normal que cada vez que alguém use um chapéu, pessoas parem para olhar. Não é que eu me sinta mal ao  fazer parar o trânsito e despertar alguns  olhares curiosos a minha volta, mas tudo por causa de um chapéu? Francamente.
Acho que se perdeu o velho hábito de usar chapéus neste país. Antigamente homens e mulheres usavam chapéus, tudo muito lindo. Noutro dia, num enterro às 10 horas da manhã, vi várias pessoas usando chapéus, homens e mulheres, apesar da tristeza, estavam lindos..
Enfim, usar chapéu já não é o que era, a tradição já não é o que era, as músicas já não são o que eram, os amores já não são o que eram e a vida talvez, tenha ficado um pouco mais sem graça.
Claro, que eu continuo a usar chapéus, desde sempre, inverno e verão.

“Warning”
“Quando ficar velha, quero vestir roxo com chapéu vermelho que não combina e fica ridículo em mim”  ( Jenny Joseph, escritora americana)

Do meu leitor:

1. Hoje, li, e reli tua coluna, a impressão que tive que  havia escrito especialmente pra mim. Mas sei que a alma feminina é muito parecida, assim também como a capacidade de superação. Parabéns!!!!
Nós mulheres conseguimos superar o insuperável..
Mais uma vez parabéns porque escrever também é um dom, como cantar, tocar e muitos se expressam bem melhor no papel e tua coluna está sempre muito boa, mas hj em especial está ótima. ( Uma amiga especial)


2..Querida Rê:
    Um belo artigo. Continuas craque, aliás "quem foi rainha, não perde a majestade". Parabéns. vez por outra,  estou preferindo o telefone (se o dinheiro o permitir), dá mais proximidade, ouvir voz, me faz falta.
    Afetuoso beijo
    José Carlos

3.Rejane....impressionante……hoje passei o dia pensando em ti….a Rejane nunca mais enviou nenhum dos seus textos que gosto tanto.....e...chegando aqui no computer.....um texto teu.....fico impressionada! Tenho muito dessas sensações e por vezes até me deixam questionando essas coincidências......Beeeeeijos, vou ler...que bom que enviaste, Catarina Sesti.

Pois é, eu também tenho um chapéu. Daqueles que uso para me proteger do sol quando está e que uso apeDOnas c as